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Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023
Resumo: 8-2

8-2

BACTÉRIAS PROMOTORAS DO CRESCIMENTO VEGETAL NO DESENVOLVIMENTO INICIAL A CAMPO DE ESPÉCIES NATIVAS

Autores:
Anna Liz Ferreira Ianoski (UEPG - Universidade Estadual de Ponta Grossa) ; Karolaine Cristine Pontarolo (UEPG - Universidade Estadual de Ponta Grossa) ; Rosana Machado Mota (UEPG - Universidade Estadual de Ponta Grossa) ; Carlos André Stuepp (UEPG - Universidade Estadual de Ponta Grossa) ; Jesiane Stefania da Silva Batista (UEPG - Universidade Estadual de Ponta Grossa) ; Rosimeri Oliveira Fragoso (UEPG - Universidade Estadual de Ponta Grossa)

Resumo:
A histórica exploração da vegetação nativa em áreas de Floresta Ombrófila Mista resultou em perdas significativas de importantes serviços ecossistêmicos. A restauração ecológica por meio do plantio de mudas pode contribuir para conservação por meio do restabelecimento dos ecossistemas naturais. Inúmeros fatores, entretanto, podem afetar o desenvolvimento das mudas a campo, como a disponibilidade de água e nutrientes e a matocompetição, além de pragas e doenças. Nesse sentido, um aspecto ainda relativamente pouco estudado, refere-se a bioinoculação de espécies lenhosas nativas com bactérias promotoras de crescimento de plantas (BPCPs), as quais pode contribuir para o melhor estabelecimento dos plantios a campo. Além da disponibilização de nitrogênio, os benefícios das BPCPs incluem a maior mobilização de nutrientes como fósforo e potássio, a produção de fitormônios que favorecem o desenvolvimento e a adaptação das plantas a estresses ambientais e o controle de pragas e doenças. Entretanto, nem todas as bactérias apresentam a mesma eficiência com relação à promoção do desenvolvimento vegetal ou mesmo compatibilidade com todas as espécies de plantas, sendo necessário estudos mais aprofundados sobre o assunto, particularmente em espécies florestais, nas quais o uso de BPCPs ainda é pouco explorado. Por essa razão, o objetivo deste trabalho foi avaliar a interação e a eficiência de BPCPs sobre o estabelecimento inicial de mudas das espécies Mimosa scabrella Benth., Mimosa strobiliflora Burkart e Mimosa flocculosa Burkart, visando a formulação de novas estratégias de restauração de ecossistemas degradados, contribuindo para o restabelecimento da diversidade local e manutenção desses ecossistemas. O experimento foi conduzido em uma Área de Preservação Permanente localizada na Fazenda Escola Capão da Onça, pertencente à Universidade Estadual de Ponta Grossa, localizada no município de Ponta Grossa, Paraná, a uma altitude de 1027 m. Para este experimento, foram utilizadas duas estirpes do gênero Paraburkholderia, CNPSo 3281 e CNPSo 3076, selecionadas na região dos Campos Gerais do Paraná, as quais foram padronizadas na concentração de 109 UFC mL-1 e o inoculante comercial Azospirillum brasilense, composto pelas estirpes Abv-5 e Abv-6, na concentração de 2x108 UFC.mL-1. Previamente ao plantio das mudas a campo e cerca de 30 dias após o plantio, as mudas receberam 1 mL de cada inoculante, mantendo-se um tratamento controle sem inoculação. Foram realizadas duas avaliações da altura caulinar (H) e do diâmetro do coleto (DC) aos 150 e 240 dias após o plantio. De acordo com os resultados, verifica-se efeito positivo das BPCPs sobre o crescimento tanto em altura como em diâmetro para as três espécies estudadas, em comparação ao tratamento controle. Enquanto para a espécie M. scabrella os maiores valores de H e DC foram obtidos para o inoculante A. brasilense, para a espécie M. strobiliflora os maiores valores foram verificados para as estirpes do gênero Paraburkholderia. Já para M. flocculosa, os três inoculantes foram eficientes em promover maior crescimento em altura da espécie em comparação ao controle, não havendo diferença, entretanto, para o diâmetro. Estes resultados apontam para o potencial de utilização de BPCPs na restauração ecológica diante das mudanças climáticas globais, contribuindo para o melhor estabelecimento dos plantios a campo.

Palavras-chave:
 Mimosa spp., restauração ecológica, rizobactérias, soluções baseadas na natureza


Agência de fomento:
CAPES; CNPQ; FUNDAÇÃO ARAUCÁRIA